O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é uma data marcada pela luta dos direitos das mulheres. Nestes 40 anos de história da FAPESP, centenas de mulheres fortes, guerreiras marcaram e marcam a história da Federação de São Paulo e do movimento nacional dos aposentados, nossa gratidão e reverência.

Mulheres brilhantes que ocupam lugares de lideranças em suas Entidades na diretoria e presidência, na Diretoria da FAPESP, funcionárias e colaboradoras que têm histórias de vida das mais diversas, vindas do meio sindical, do mercado de trabalho, assistência social, do lar e de variadas formações. São mães, avós, bisavós, filhas, netas que mostram o quanto são fortes, guerreiras e autênticas, conquistam novos espaços, independente da idade.

Precisamos exaltar a importância e o valor imensurável da mulher Idosa, Trabalhadora e Aposentada na quebra de preconceitos, paradigmas na construção do movimento nacional dos aposentados, mulheres que amplificam a voz feminina com sabedoria e sensibilidade.

Foram séculos de lutas e persistência para chegarmos ao patamar de hoje. Apesar de serem grandes mudanças, ainda precisamos muito mais para a equidade de gêneros. Vamos destacar uma breve linha do tempo de algumas importantes conquistas:

▶️ 1879: as mulheres ganharam o direito de cursar faculdade no Brasil. Contudo, as que seguiam o caminho eram muito criticadas;

▶️1932: a Constituição Federal da época trouxe a elas o direito ao voto;

▶️1960: a primeira pílula anticoncepcional foi comercializada;

▶️1962: com o Estatuto da Mulher Casada, as mulheres não precisavam mais de autorização do homem para trabalhar;

▶️1977: com a Lei do Divórcio, a mulher passou a ter direito a pedir a separação, caso estivesse infeliz no casamento;

▶️1988: foi estabelecido o direito à licença maternidade, por 120 dias. Um grande avanço para a sociedade, pois até 1934 esse direito não existia;

▶️1996: foi criado, no Congresso Nacional, um sistema de cotas, impondo aos partidos a inscrição de, ao menos, 20% de mulheres nas chapas eleitorais;

▶️2002: só nesse ano foi retirado do Código Civil um artigo que permitia aos homens a anulação do casamento, caso descobrissem que a esposa não era mais virgem;

▶️2006: criação da Lei Maria da Penha, dando às mulheres mais força para combater a violência doméstica;

▶️2015: a Lei do Feminicídio foi aprovada, salvaguardando ainda mais a liberdade da mulher.

Precisamos destacar que o ano de 2022 todos os indicadores de violência contra a mulher subiram de acordo com a quarta pesquisa "Visível e Invisível - a Vitimização de Mulheres no Brasil" - do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Datafolha.

📊 Nos últimos 12 meses, 28,9% (18,6 milhões) das mulheres relataram ter sido vítimas de algum tipo de violência ou agressão, o maior percentual da série histórica; Isso significa que 35 mulheres foram agredidas física ou verbalmente por minuto no país. Por isso, denuncie, ligue 180!

📚 História

O que pouca gente sabe é a história que originou o Dia Internacional da Mulher e porque ela é celebrada em 8 de março. Para se ter ideia, o evento só foi oficializado em 1975, mais de 60 anos após sua criação, em uma Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU). E diferente de outras datas comemorativas, esse foi um dos poucos dias que não foi criado pelo comércio.

A ideia de encontrar uma data para celebrar a luta feminista tem várias origens. Alguns pesquisadores defendem que a sugestão, no século XIX, nas primeiras etapas da Revolução Industrial. Outros defendem que a data nasceu no estopim da Revolução Russa, em 1917, motivada pela luta das mulheres russas por melhores condições de vida, trabalho e o fim da Primeira Guerra Mundial.

De todas as teorias, a mais aceita é que a data nasceu após uma conferência na Dinamarca em busca de direitos igualitários, em 1910, e foi consolidada por um histórico incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company, em Nova York, no ano de 1911. Em 1909, dois anos antes do incêndio, as mulheres nova-iorquinas  que trabalhavam na fábrica têxtil haviam feito uma greve, reivindicando melhores condições de trabalho e o voto feminino. Em conjunto com os nascentes sindicatos e com o Partido Socialista da América, elas se reuniram em uma passeata que reuniu cerca de 15 mil mulheres. A fábrica, na época, recusou as reivindicações.

Um ano mais tarde, em 1910, esse movimento inspirou Clara Zetkin, famosa ativista alemã, a criar uma data anual para comemoração da luta das mulheres nas conferências de mulheres da Internacional Socialista, em Copenhague. O dia, no entanto, acabou não sendo definido.

Em 1911, mesmo diante de greves e manifestações, a Triangle Shirtwaist Company ainda mantinha suas funcionárias — maior parte de sua força de trabalho —, em uma jornada de trabalho de cerca de 14 horas ao dia, em semanas que ultrapassavam as 60 horas — e eram remuneradas com 6 a 10 dólares. Além da redução dessa jornada, as trabalhadoras também buscavam mais segurança no ambiente de trabalho, que tinha risco de incêndio por tecidos inflamáveis.

Em 25 de março daquele ano, a reivindicação das mulheres se tornou inegável e justificada: A fábrica pegou fogo naquele dia e, dos 600 funcionários, 146 pessoas morreram, sendo 23 homens e 129 mulheres. Diante da fatalidade das trabalhadoras, o mês de março ficou marcado na história como uma conscientização do desastre.

Alguns anos mais tarde, quando o mundo voltou os olhos para a Europa na Primeira Guerra Mundial, as mulheres aprofundaram a luta por direitos igualitários. Exaustas pela rotina dentro de casa e no trabalho, em uma qualidade de vida subjugada pelo gênero e assolada pelos anos da guerra, um grupo de mulheres russas passou a questionar sua função na nova sociedade que nascia em 1917, no estopim da Revolução Russa. E elas colocaram esse questionamento em voz alta.

No dia 8 de março de 1917, milhares de russas se reuniram em uma passeata pedindo os direitos para o gênero feminino, bem como o fim da guerra e do desemprego. Assim, nos anos seguintes, o Dia das Mulheres continuou a ser celebrado naquela data pelo movimento socialista, na Rússia e nos demais países do bloco soviético.

Décadas mais tarde, a luta feminista seguiu ativa, cada vez mais forte e presente. Mas foi só em 1975, no entanto, que a ONU reconheceu a data  como uma celebração dos direitos do gênero feminino e estabeleceu, então, que o dia 8 de março seria o Dia Internacional das Mulheres.

Hoje, o evento é comemorado por mais de 100 países como um momento dedicado à luta pela igualdade de gênero, para celebrar as conquistas, cobrar direitos e relembrar as mulheres que foram vítimas de violência.

📢 MULHERES EM MOVIMENTO!