O Brasil enfrenta agora o que especialistas consideram a quarta onda de Covid. Em pouco mais de um mês, o país registrou uma alta de 78,3% nos registros de novos casos.


📊 A presença de variantes com alta transmissibilidade, o relaxamento de medidas preventivas e a redução da imunidade contra a Covid-19 meses após a vacinação são fatores que explicam o aumento de casos. Ao mesmo tempo, com a vacinação avançada, casos não têm mesma gravidade de ondas anteriores.


📢 O boletim epidemiológico da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgado na quinta-feira (26/5) aponta que quase metade dos registros de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) foi decorrente da Covid-19 no período entre 15 e 21 de maio.


De acordo com dados do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), mais de 40 mil brasileiros foram diagnosticados com Covid-19 nas últimas 24 horas. O número, no entanto, pode ser bem maior, segundo especialistas.


Na avaliação de Fernando Spilki, virologista e coordenador da Rede Corona-Ômica do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) que monitora e sequencia o genoma do vírus circulante no país, há diferentes fatores envolvidos. Entre eles, está a falta de iniciativa — tanto pública quanto individual — para tentar evitar infecções.


📝 "Muita gente parou de usar máscara, inclusive em ambientes fechados, então ficamos expostos à elevação de casos."


💉 A médica Vera Rufeisen, infectologista do Vera Cruz Hospital, lembra também que a taxa de proteção das vacinas sofre uma queda alguns meses após a imunização. No entanto, os imunizantes contra a Covid-19 continuam a funcionar para aquilo que eles foram desenvolvidos: a prevenção de casos mais graves da doença, que causam hospitalização e morte.


Apesar da forte alta de novos casos, a média móvel de óbitos não tem passado de 200 mortes por semana, de acordo com dados do Conass — um número expressivamente menor do que os índices observados antes da disponibilização dos imunizantes.


"Nesse contexto, felizmente temos a vacinação. Não tanto em relação de transmissão, que é algo que a vacina não impede, mas sim mas para casos graves e óbitos — algo que o imunizante é capaz de evitar muito bem", afirma Spilki.


Não há estudos recentes que analisem o perfil dos pacientes que vieram a óbito pela Covid-19 nos últimos meses, mas pesquisas feitas em diferentes partes do mundo mostram que quem recebeu o esquema completo de imunização tem 20 vezes menos chance de morrer pela doença.


É por isso que o Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz aponta como preocupante a estagnação no crescimento da cobertura vacinal na população adulta, além da desaceleração da curva de cobertura de terceira dose, especialmente pela adesão substancialmente menor de adultos à aplicação da dose de reforço.


https://g1.globo.com/saude/coronavirus/noticia/2022/06/02/4a-onda-de-covid-o-que-explica-alta-de-casos-no-brasil.ghtml