O aumento no número de casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag) — sobretudo uma nova alta nas infecções provocadas pelo coronavírus — está levando prefeituras país afora a retomarem o uso de máscara em ambientes fechados ou locais abertos com aglomerações. Pelo menos uma capital, Curitiba, e cidades do interior de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná voltaram a recomendar o uso da proteção facial. Na capital paulista, mesmo sem determinação oficial, algumas escolas particulares também decidiram adotar a medida.

Pesquisadores da Fiocruz enfatizam a importância da vacinação e do uso de máscara, principalmente para os grupos mais vulneráveis, como idosos e imunossuprimidos, para frear tanto a escalada de covid-19 quanto de outras doenças respiratórias graves. Por isso, eles voltaram a defender a realização de campanhas de vacinação para ampliar a cobertura contra o coronavírus na faixa de 5 a 11 anos e a aplicação de doses de reforço na população adulta. Muitas vezes, a vacina pode até não evitar o contágio, mas é fundamental para amenizar a gravidade da doença e reduzir o número de internações e de óbitos.

📑 No mais recente Boletim Infogripe, divulgado na quinta-feira, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que os casos de covid-19 voltaram a crescer em todas as regiões do país. No estudo, que abrange o período de 15 a a 21 de maio, os pesquisadores destacam que 48,1% das ocorrências de síndrome respiratória aguda grave registradas nas últimas quatro semanas analisadas são decorrentes da covid-19. Além disso, 84% das mortes por Srag foram relacionadas ao coronavírus. No levantamento anterior, as infecções por Sar-Cov-2 correspondiam a 41,8%. E os óbitos, a 79,5%. 

Infectologistas, como Hemerson Luz, observam que o aumento na quantidade de infecções por covid-19 e outras doenças respiratórias nesta época já era esperado devido a alguns fatores. "No tempo frio ocorre uma piora nas doenças infecciosas respiratórias, e a covid está nesse grupo", explica. Ele também associa o crescimento nos diagnósticos positivos de coronavírus à predominância da ômicron e das subvariantes da cepa, todas altamente transmissíveis. Para ele, a taxa de mortes não acompanha a de casos graças à imunização. "Essa questão vacinal tem que ser priorizada. Tanto a da covid-19 quanto a da influenza", diz. 

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