
📌 MOBILIDADE DOS IDOSOS
DEPENDE DE PROJETOS COM ACESSIBILIDADE E PREVENÇÃO DE QUEDAS, DIZEM
ESPECIALISTAS
A
prevenção de quedas se mostra uma das providências mais urgentes para melhorar
a mobilidade e a acessibilidade da população mais velha. A conclusão é dos
especialistas reunidos em audiência pública da Comissão dos Direitos da Pessoa
Idosa da Câmara dos Deputados. Para eles, os benefícios da longevidade só valem
a pena se houver autonomia e independência.
Os
participantes do debate lembraram que, de acordo com a Organização Mundial de
Saúde (OMS), esta é a Década do Envelhecimento Saudável, que vai até 2030.
Segundo Lucélia Nico, coordenadora de Saúde do Idoso do Ministério da Saúde, o
Brasil tem 30 milhões de idosos, ganha mais um milhão deles a cada ano e, em
mais de mil municípios, a população predominante tem mais de 60 anos.
Ela
mostrou que, de acordo com uma pesquisa da Secretaria de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde feita em 2018, 69,2% dos idosos brasileiros praticam
atividades físicas em níveis insatisfatórios.
Prevenção
O ortopedista Marcus Vinicius Dias aponta que os exercícios físicos são uma das
medidas para enfrentar dois desafios à boa mobilidade: a artrose e a
osteoporose. Ele alerta para a necessidade de medidas de segurança inclusive no
ambiente domiciliar, para prevenir as quedas decorrentes da osteoporose, que
levam a muitas fraturas de quadril.
“O
mais importante é evitar que esse idoso caia e se frature. Uma vez fraturado, a
gente tem menos a oferecer”, disse.
Outro
estudo divulgado pelo Ministério da Saúde detalha que a prevalência de quedas
se dá em mulheres com mais de 75 anos, um grupo que tem medo, por exemplo, de
atravessar a rua e reclama do tempo rápido do sinal vermelho dos semáforos.
A
socióloga Vania Herédia, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
(SBGG), recomenda que os idosos estejam atentos aos ambientes por onde circulam
e conscientes de riscos e obstáculos, como problemas com calçadas e iluminação
pública. “Conhecer o lugar que nós vivemos, identificar os obstáculos que nos
cercam, que certamente evitaríamos uma série de problemas em relação à nossa
saúde física”, afirmou.
Crítica à OMS
Em meio à discussão sobre envelhecimento ativo, a assistente social Lidiane
Peres protestou contra decisão recente da Organização Mundial de Saúde (OMS) de
incluir a velhice na Classificação Internacional de Doenças (CID). O presidente
da Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa, deputado Dr. Frederico (Patriota-MG),
também não gostou de saber da notícia.
“Esse alerta serviu para que possamos, aqui na comissão, avaliar que medidas
realmente fazer junto à OMS para pedir uma reconsideração, porque entendemos
também que a velhice de jeito nenhum pode ser considerada como uma doença; pelo
contrário, é envelhecimento saudável”, comentou.
Uma política pública elogiada pelos participantes do debate foi a
implantação das chamadas “Academias da Terceira Idade”, equipamentos públicos
ao ar livre que promovem a atividade física entre os idosos e previnem as
doenças que afetam a mobilidade.
Fonte: Agência Câmara de Notícias