O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, concedeu entrevista ao jornal O Globo nesta quinta-feira (07/10) e questionado sobre as discussões do governo sobre o corte de gastos, o ministro afirmou que deixará a gestão caso os cortes queiram atingir os benefícios previdenciários que são “direitos adquiridos” ou modifique a política de aumento do salário mínimo. Ainda em entrevista o Presidente licenciado do PDT, descarta uma federação com o PSDB, diz que há negociações mais promissoras com outros partidos e reconhece a possibilidade de o ex-presidenciável Ciro Gomes deixar a legenda caso uma aliança entre PDT seja formada com o PT no Ceará. Confira o trecho da entrevista sobre a Previdência Social

▶️ O governo prepara um pacote de corte de gastos. Qual valor deve ser cortado de seu ministério e que áreas serão atingidas?

💬 Nosso grande desafio é o equilíbrio fiscal. Como fazê-lo em cima da miséria do povo brasileiro? Quero discutir taxação das grandes fortunas. O (Fernando) Haddad (ministro da Fazenda) até está propondo isso. Quem tem que doar algo nesse processo é quem tem muito, não quem não tem nada. Como vai pegar a Previdência? A média salarial das pessoas é R$ 1.860. Vou fazer o que com isso? Tirar direito adquirido? Não conte comigo. Vou baixar o salário? Não conte comigo. Vou deixar de ter ganho real (no salário mínimo)? Não conte comigo. Se isso acontecer, não tenho como ficar no governo. Acho que o governo não fará isso. Temos que cobrar os grandes devedores, a sonegação e as isenções indevidas.

▶️ O governo pediu ao senhor um tamanho de corte específico?

💬 Despesa obrigatória não tem como ser cortada. Acha que algum congressista vai tirar direito de aposentado? Tenho que nascer de novo para acreditar nessa história. O que podemos fazer, e estamos fazendo, é apertar as irregularidades. Estamos fazendo uma economia grande conferindo gente que não tem mais direito à licença por doença. Se um cara teve uma doença e se curou, como continua tendo licença? O grande desafio da Previdência é que mais da metade dos nossos pedidos são de auxílio-doença. O Brasil está doente assim? Temos que melhorar, por exemplo, a biometria. Precisamos botar tecnologia de ponta e ajudar quem tem direito, separar o joio do trigo.

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